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05/05/2010

E-fólio B

FICHA DE LEITURA

Nome da Autora: Margarida Gaspar de Matos
Título: A saúde do adolescente: O que se sabe e quais são os novos desafios
Assunto: Psicologia da criança
In: Análise Psicológica. Lisboa: ISPA, ISSN0870-8231, Série 26, n. 2 (Abr./Jun. 2008),
pp. 251-263
Local e data: Lisboa, 2008
Informações sobre a Autora: Licenciada em Psicologia (1978). Especialização em Psicoterapia cognitivo-comportamental pela Universidade Claude Bernard (Lyon II). Doutoramento em Motricidade Humana com Agregação em Saúde Internacional pelo IMHT/UNL, Pós doutoramento na SDSU (Universidade de San Diego California) e QUT (Queensland University of Technology). Professora Associada com Agregação na Faculdade de Motricidade Humana. Lecciona vários cursos de Mestrado e Coordena vários Projectos de investigação na área da Saúde Mental, promoção da Saúde e Estilos de Vida Activos e Promoção de Competências Sociais. Investigadora do Centro de Malária e outras Doenças Tropicais - Instituto de Higiene e Medicina Tropical/Universidade Nova de Lisboa (Centro financiado pela Fundação da Ciência e Tecnologia). É a Coordenadora Nacional do HBSC/OMS
Outras Obras da Autora:
 Aventura social na multicultura, 1997
 Comunicação e gestão de conflitos na escola, 2.a ed., Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana, 1998
 A saúde dos adolescentes portugueses: estudo nacional da rede europeia HBSC/OMS 1998/ Margarida Gaspar de Matos... [et al.]. Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana, 2000
 Prevenir o mal-estar e o desajustamento social, 2002
 Psicologia da saúde, saúde pública e saúde internacional, 2004

Resumo: Este artigo expõe os problemas e as profundas transformações (fisiológicas, psicológicas, afectivas, pulsionais, intelectuais e sociais) vividas pelos Jovens/adolescentes num certo contexto cultural. A adolescência é uma fase da vida com características próprias, um processo dinâmico que consiste na passagem da infância para a idade adulta. A puberdade muda o corpo, a mente e os afectos da criança. Os adolescentes entram numa nova fase existencial,

arrebatados por novas sensibilidades, novas pulsões, novas capacidades cognitivas, novas dificuldades nos seus pontos de referência. Por ser um período de profundas mudanças traz com ele uma série de comportamentos que muitas vezes expõem o jovem a uma série de riscos, nomeadamente, ao consumo de substâncias psico-activas (drogas, álcool, tabaco, etc). Apesar da importância da família no acompanhamento desta fase na vida do adolescente, as relações com os pais tendem a mudar para que os adolescentes possam ascender a ideias e afectos próprios. Aqui a família poderá «funcionar» simultaneamente como factor de risco e/ou de protecção, dependendo dos cuidados que presta ou não ao adolescente.
Se na infância os nossos modelos de identificação são os pais, na adolescência, os modelos de identificação deixam de ser os pais para passarem a ser os jovens da mesma idade, o grupo de pares, num processo de autonomia e de individualização. Ainda que, a influência dos pares seja frequentemente referida como uma das principais causas do consumo de substâncias na adolescência, nem sempre isso acontece, podendo agir como um factor de protecção. É no grupo que o adolescente encontra novas emoções, novos interesses que lhe proporcionam um crescimento pessoal e o preparam para o desenvolvimento de novas relações com os outros e consigo mesmo. A música é importante para os adolescentes, através desta e dos vários tipos podemos retirar várias elações: se o jovem está integrado no grupo, se está revoltado, deprimido, se tem problemas familiares, escolares e/ou sociais. Se demonstra comportamentos violentos e anti-sociais. Determinados estilos musicais podem ser potencialmente perigosos para os jovens, na medida em que a música e os seus «performers» são percebidos como promotores do consumo de substâncias, comportamentos agressivos ou delinquência.
Também o surgimento das novas tecnologias vem trazer ao adolescente uma nova forma de socialização (chats, blogs, jogos online, etc). A pergunta que se põe, é se esta será uma forma positiva de relacionamento ou se será uma dependência que, cada vez mais, isola os adolescentes do resto do mundo? Que os leva a assumir identidades falsas e a correrem certos riscos, caso do “cyber-bullying”. Aqui as opiniões dividem-se, para uns as novas tecnologias são um vício perverso, para outros são um universo bastante rico, onde se pode encontrar de tudo e interagir com pessoas, em tempo real, a milhares de quilómetros de distância, coisa até então impensável. A escola desempenha, igualmente, um papel importante, influente, e determinante no ambiente social dos adolescentes, bem como contribui para o desenvolvimento do sentimento de identidade e autonomia dos memos, mas nesta área precisa de se actualizar para poder acompanhar o ritmo dos adolescentes.

Citações: "Os cenários privilegiados da vida social do adolescente (família, escola, grupo de pares, comunidade, lazer), desempenham um papel importante na construção da sua identidade pessoal e social"(Caldwell & Darling, 1999), p.251.

"Uma boa relação com os colegas está geralmente associada a um bom ajustamento social e escolar e a um sentimento de satisfação pessoal" (Oliveira, 1999; Matos & Gaspar, 2008), p.252.

"A música está associada a vários tipos de problemáticas adolescentes, como p.e. os “metálicos” e os “rapers” associados a relações familiares não satisfatórias e afastamento em relação à família, à escola e à sociedade em geral. Algumas preferências (rock/metal) estão relacionadas com problemas de internalização, tipo depressão, outras preferências (“heavy metal”) a problemas de externalização, com violência e outros comportamentos anti-sociais e de risco" (Arnett, 1991; Miranda & Claes, 2004, p. 255).

"O desafio para pais e professores é então a capacidade de” ficar por dentro” e identificar até que ponto as competências “antigas” podem servir para estar ao lado dos filhos/alunos, e podem ser factor de reconhecimento pessoal e social, neste emergente mundo “virtual”, p.260.

Comentários: Segundo Monteiro, M., Ribeiro dos Santos, M., Psicologia. Porto Editora, 2001
"A adolescência é o período de transição que separa a infância da idade adulta, tendo por centro a puberdade. Em boa verdade, os seus limites são fluidos.
Aquilo a que mais se assemelha é, sem dúvida, o nascimento. No nascimento, separam-nos da nossa mãe cortando-nos o cordão umbilical, mas esquecemo-nos frequentemente de que entre a mãe e o filho havia um órgão de ligação extraordinário: a placenta. A placenta dava-nos tudo aquilo que era necessário à nossa sobrevivência e filtrava muitas substâncias perigosas que circulam no sangue materno. Sem ela, não era possível a vida antes do nascimento, mas à nascença há, em absoluto, que a abandonar para viver.
A adolescência é como um segundo nascimento que se cumprirá progressivamente. Há que abandonar pouco a pouco a protecção familiar como um dia se abandonou a placenta protectora. Abandonar a infância, fazer desaparecer em nós a criança, é uma mutação. Dá por momentos a sensação de se morrer. Tudo é rápido, por vezes, demasiado rápido. A natureza trabalha no seu ritmo próprio. Há que prosseguir e nem sempre se está pronto. Conhece-se aquilo que morre, mas ainda se não vê para onde nos dirigimos. Já nada "encaixa" mas não se sabe bem porquê nem como foi. Nada mais é como antes, mas é indefinível."

Bibliografia
Matos, Margarida Gaspar de, A saúde do adolescente: O que se sabe e quais os novos desafios
In: Análise Psicológica. Lisboa: ISPA, ISSN0870-8231, Série 26, n. 2 (Abr./Jun. 2008),
p. 251-263

Monteiro, M., Ribeiro dos Santos, M., Psicologia. Porto Editora, 2001

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